terça-feira, 9 de outubro de 2012

Selton Mello sobre 'Uma História de Amor e Fúria': "é bonito ver pronto"

Exibido na noite de segunda-feira (8) na Première Brasil, mostra competitiva do Festival do Rio, o longa nacional de animação Uma História de Amor e Fúria foi muito bem recebido pelo público, que aplaudiu o trabalho com entusiasmo. A produção, dirigida por Luiz Bolognesi, faz história no evento carioca por ser a primeira animação a concorrer ao troféu Redentor.

O ator de 39 anos antes da exibição da animação, na qual dubla protagonista. Foto: Mauro Pimentel/Terra

Integrante do elenco, o ator Selton Mello saiu da sala de exibição do Cine Odeon com ótima impressão sobre o trabalho realizado. Como ele, outros atores que emprestam suas vozes para os personagens, como Camila Pitanga e Rodrigo Santoro, prestigiaram a première e só foram conhecer o filme totalmente pronto na exibição. "É um belo filme do Bolognesi. Animação é um troço difícil de se fazer, é tão demorado, então foi bonito de ver pronto", disse ao Terra, na saída da sala. Para Mello, foi surpreendente o Festival do Rio ter escalado a animação para a principal mostra competitiva. "Mas, agora, vendo o filme, entendi por que ele está escalado. Porque é belo mesmo, muito bem realizado, uma animação adulta. Vai ser bom de passar nas escolas futuramente, ele conta nossa história de uma maneira muito bem feita." Com orçamento de R$ 4,5 milhões, o longa de Bolognesi traz pelo menos duas grandes novidades para o público brasileiro, além do fato de ser a primeira animação a concorrer ao Redentor. Primeiro, retrata a história do Brasil como numa saga, do ponto de vista dos explorados ou do "lado fraco" da história. Aí entram os índios, os negros e os perseguidos pela ditadura militar, por exemplo. O outro traço inusitado para o mercado brasileiro é o caráter de animação para público adulto. Ingredientes para isso não faltam. Uma história tem sensualidade, violência e uma espécie de revisão crítica da história bastante contundente. O centro da trama está na saga vivida por um herói imortal e Janaína, num período compreendido entre 600 anos. São quatro fases colocadas em destaque: a descoberta do Brasil pelos portugueses, a escravidão, a ditadura militar e o longínquo ano de 2096, no qual a guerra é travada em função da escassez de água. Além dos seguidos aplausos ao final da sessão, um trecho que trata da segurança no Rio foi especialmente celebrado por palmas da platéia em plena exibição.
Prêmio por antecipação

 Antes da exibição de gala, o diretor Luiz Bolognesi comentou sobre a importância de estar na mostra. "É uma conquista para uma geração de animadores guerreiros. O fato de concorrer com os filmes top do festival é muito importante para toda animação brasileira", celebrou. Apesar disso, ele disse não estar pensando na competição em si: "só pelo fato de a animação ter sido aceita na mostra mais bacana do festival já me sinto muito premiado."
Roteirista requisitado no circuito nacional, Bolognesi estreia na direção de longas após trabalhos de ótima receptividade, como Bicho de Sete Cabeças, de 2001.

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